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Grupo empresarial português tem interesse em construir complexo turístico que vai aproveitar águas quentes da geotermia



O Presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, anunciou ao Correio dos Açores que um grupo empresarial português, com experiência na área do turismo, manifestou junto da autarquia a intenção e construir um complexo turístico na encosta Norte da Lagoa do Fogo, aproveitando as águas quentes da geotermia para fazer um SPA e uma piscina com uma unidade hoteleira adstrita.
Este é um projecto complexo e, por isso, e o grupo empresário já estará a fazer várias diligências junto de vários departamentos do Governo dos Açores, desde o enquadramento no ordenamento do território, ao seu interesse para o projecto geotérmico e para o turismo na Região.
A exploração da energia geotérmica, para além da principal função de produção de energia eléctrica, em virtude da sua localização e enquadramento, “apresenta condições singulares para o desenvolvimento de projectos paralelos relacionados com a diversificação dos produtos de animação turística, hotelaria e serviços de saúde e bem-estar de elevada qualidade e competitividade. “Não havendo, até ao momento, o devido reconhecimento deste imenso potencial, não se têm desenvolvido esforços significativos para o aproveitar e valorizar economicamente, abrindo, assim, uma janela de oportunidades para investidores com visão”.
Agora, o interesse do grupo empresarial nacional surge com base num estudo de pré-viabilidade económica que as empresas ‘Fundo de Maneio, Lda. Consultoria, Recursos Humanos e Investimentos’ e “m-arquitectos, Lda. Monteiro, Resendes & Sousa Arquitectos’ fez para a Câmara Municipal da Ribeira Grande intitulado ‘Lagoa do Fogo Geothermal Eco-Spa’.
Partindo do conceito do Blue Lagoon (Islândia), que, “de forma acidental, resultou num dos projectos de referência internacional no sector do wellness”, o objectivo do projecto é instalar um complexo de bem-estar de qualidade premium utilizando a água geotermal proveniente da exploração da Central Geotérmica do Pico Vermelho. “O cariz inovador do conceito não só procura um posicionamento muito agressivo no mercado de bem-estar nos Açores, como também, pela sua localização, permite capitalizar uma envolvente natural de grande atractividade turística”, lê-se no estudo de pré-viabilidade económica.

Criação de piscinas geotermais

O pré-estudo de viabilidade económica, que despertou o interesse do grupo empresarial nacional, aponta para um investimento que contempla a criação de piscinas geotermais, semelhantes às existentes no Blue Lagoon (Islândia), para além de um wellness center, com fitness center integrado, uma pequena unidade hoteleira de 30 quartos, um restaurante, bar e loja de merchandising.
O estudo perspectiva já que “o grande potencial de penetração no mercado da saúde e do turismo médico, revela-se a opção de expansão futura através da implementação de um health center baseado no termalismo e medicina hidrológica”.
Dada “a riqueza natural e paisagística da envolvente à Central Geotérmica do Pico Vermelho”, o estudo identifica duas variantes de localização para a instalação do Lagoa do Fogo Geothermal Eco-Spa” tendo em atenção “um factor importante que é a capacidade que qualquer uma das localizações possui para capitalizar a proximidade com a reserva natural da Lagoa do Fogo e várias atracções turísticas, como a Caldeira Velha, as Caldeiras da Ribeira Grande e a própria Lagoa do Fogo”
Admitem as duas empresas que efectuaram o estudo que, “apesar das limitações inerentes a um estudo prévio”, os dados recolhidos e as análises efectuadas “permitem perceber que este é um projecto com elevado potencial de criação de riqueza, não só para os investidores, como também para a comunidade, com um relevante efeito multiplicador na economia. É uma iniciativa que permitirá a criação de emprego qualificado e o aumento da atractividade turística do concelho da Ribeira Grande. Note-se, por exemplo, que o turista de bem-estar gasta em média mais 130% do que o turista comum, aumentando o valor gerado pela actividade turística no destino”, completam.
Segundo o estudo, este é um projecto “com notório potencial de criação de riqueza e com capacidade para produzir efeitos significativos no mercado de bem-estar dos Açores. A janela de oportunidade apresenta condições muito favoráveis à sua implementação e ao carácter disruptivo inerente, potenciando a afirmação de uma referência para o turismo do concelho, da Região e do País”.

Wellness center e recreação

Sublinha o estudo de pré-viabilidade económica que, “capitalizando os recursos naturais e as estruturas já existentes, é possível desenvolver um projecto semelhante à Blue Lagoon, com um enorme potencial na economia sustentável e na promoção do destino Açores”.
“Perspectiva-se, assim, um empreendimento que se integrará no segmento do turismo de saúde e bem-estar, com forte identificação com o termalismo, mas com a mais-valia disruptiva de aproveitar um método de produção renovável de energia e de potenciar um enquadramento excepcional do ambiente na actividade económica. Será um exemplo de destaque da exploração económica sustentável integrada na valorização ambiental”, lê-se no mesmo estudo.
De harmonia com o estudo de pré-viabilidade económica, o projecto está estruturado para “um crescimento modular e faseado, integrando várias valências e potenciando o surgimento sustentado de várias outras actividades económicas complementares, nomeadamente ao nível dos serviços especializados, animação turística, alojamento e comércio, com a possibilidade de se estender à área da saúde e do turismo médico”.
“À semelhança do realizado na Islândia, perspectiva-se a integração do serviço de alojamento, com um número muito limitado de quartos, diferenciando-se pelo conceito ecohotel resort com spa, na base de um serviço de alta qualidade e apelando a um público-alvo muito específico e pouco influenciado pelas flutuações sazonais. Ressalve-se que o objectivo é integrar o alojamento no projecto em função do produto geotermal e não o contrário. Significa, portanto, que o catalisador do projecto é a oferta relacionada com o serviço de wellness e recreação, que se complementa com uma unidade de alojamento”, sublinha o documento a que o Correio dos Açores teve acesso.

Relação simbólica com o ambiente

“Uma das premissas fundamentais deste projecto é a relação simbiótica com o ambiente, procurando a integração plena na natureza circundante e o aproveitamento e valorização dos recursos endógenos dos Açores e da Ribeira Grande. Assim, para além do aproveitamento das águas geotérmicas e, potencialmente, das lamas vulcânicas, a identidade do complexo será reforçada com a utilização de materiais típicos na sua construção, como o basalto e a criptoméria”, refere-se no estudo
Realça que, “com as condições naturais existentes, a criação de um spa geotermal na Ribeira Grande em moldes semelhantes ao Blue Lagoon, aproveitando a Central Geotérmica do Pico Vermelho, permitirá um posicionamento completamente diferenciador da oferta existente nos Açores”.
“Não se desenvolvendo em torno de uma nascente termal, o objectivo será criar piscinas artificiais com a água proveniente da exploração geotérmica, marcando de imediato uma diferenciação positiva para os restantes players no mercado e capitalizando um activo ambiental de importância crescente na Região”, lê-se no estudo.
“Os seus efeitos económicos e sociais serão propagados pela economia e pela comunidade local, permitindo o impulso e a dinamização do território e de um cluster específico, com o consequente surgimento de mais projectos, empresas e emprego. Neste sentido, assume-se como prioritário na Ribeira Grande, integrando-se na estratégia de desenvolvimento do concelho”, completa.

Fonte: Correio dos Açores

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