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Açoriano alcança novo recorde mundial em caça submarina

 


Terceirense João Paulo Rocha captura rocaz de 4,478 quilos 
O terceirense João Paulo Rocha capturou este mês, através de caça submarina, um rocaz ("Scorpaenascrofa") com 4,478 quilos, o que lhe valeu o recorde do mundo.
A homologação da captura como recorde mundial foi anunciada, no dia 25 deste mês, pela EuropeanSpearfishing Records Association (Associação Europeia de Recordes de Pesca Submarina).
O rocaz foi capturado no dia 10 de março, na costa da Terceira (Cabo da Praia), a 22.1 metros de profundidade. A espécie é comum no mar dos Açores, mas não é habitual ser avistada na caça submarina, devido às profundidades a que costuma encontrar-se.
O anterior recorde era detido por André Pinheiro, que apanhou no mar da Terceira, em dezembro de 2020, um rocaz com 3,940 quilos.

João Paulo Rocha é, agora, detentor de três recordes mundiais.
No verão de 2019, o jovem praticante de caça submarina capturou uma abrótea ("Phycisphycis") e um peixe-galo ("Zeus faber") com 5,124 e 4,795 quilos, respetivamente.,
"Já registei quatro peixes com WR (recorde mundial), apesar de o primeiro ter sido um WR e também recorde da Europa, em janeiro de 2018. Mais tarde, em 2019, bati este recorde, que foi de abrótea", referiu.

A conquista de três recordes mundiais na modalidade que pratica regulamente desde há vários anos "é especial" para João Paulo Rocha.
"São através de registos como esses que, de certa forma, se pode colaborar com a comunidade científica, fornecendo informações detalhadas acerca das espécies capturadas, e depois enaltecer os peixes, pois estes merecem todo o nosso respeito, dentro e fora de água", afirmou.
Para o jovem, "peixes como o 'Lophiuspiscatorius' (tamboril), 'Brama brama' (xaputa) ou um bom exemplar de 'Sparisoma cretense' (veja), seriam bons registos a efetuar futuramente".
"No entanto, estou certo de que não será nada fácil reencontrar os primeiros dois espécimes", acrescentou.
Segundo João Paulo Rocha, a Terceira "tem muitos locais bons para a prática de pesca submarina", mas "no decorrer dos últimos 10 anos, é cada vez mais notório o decréscimo de vida marinha em determinadas zonas, assim como cada vez mais marcante a quantidade de lixo marinho, nomeadamente de plástico e derivados, que se podem encontrar amontoados na linha de costa ou acumulados nos fundos marinhos arenosos ou rochosos (fundos mistos, de pedra e areia)".

"Apesar de tudo isso, ainda existem alguns lugares bons para a prática desta modalidade, que merecem ser preservados, para que no futuro os possamos continuar a frequentar", destacou.
De acordo com o jovem, "de uma forma geral, as ilhas do arquipélago dos Açores são ainda consideradas um paraíso para os amantes do mar e das suas atividades, sendo possível ainda capturar alguns bons exemplares de várias espécies, sejam elas demersais, bentónicas ou pelágicas".
Estudante de enfermagem, João Paulo de B. Rocha é apaixonado pelo mar e pratica pesca submarina como hobbie desde os seis anos.
"Eu gosto muito do mar, acho que é o facto de ser insular, temos de abraçar aquilo que nos rodeia e que nos une", disse.
Nas idas ao mar, seja para praticar pesca submarina ou não, João Paulo Rocha traz consigo todo o lixo que encontra e consegue transportar.
"A mensagem que gostaria de deixar é que se cuidarmos do que gostamos, daquilo que nos faz bem, mais tarde ou mais cedo, seremos recompensados", concluiu.

Fonte:  Diário Insular, 30 de Março / 2022

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