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Conheça a açoriana que está a dar nas vistas nos EUA - Desporto


Rachel Galligan diz que Inês Bettencourt vai chamar a atenção para o basquetebol português.

Em cerca de três meses, Inês Bettencourt passou de recrutada por Northwest Florida State (Junior College) para ser titular da universidade de Connecticut. Depois de ter tudo acertado para iniciar a sua aventura a jogar JUCO nos EUA, uma oferta de última hora surgiu. Do outro lado da linha estava o lendário treinador Geno Auriemma e a universidade de UConn, que perdera Paige Bueckers, a base mais cotada do país, por lesão e precisava de reforçar a posição. A solução foi Inês Bettencourt, recém-eleita para o cinco ideal da Seleção Nacional de Sub18 no Campeonato da Europa – Divisão B, no verão passado. Na opinião de Rachel Galligan, antiga jogadora e treinadora e agora analista de WNBA e NCAA, o que aconteceu a Inês Bettencourt “é uma história inacreditável”.

“UConn tem sido o pináculo do basquetebol feminino a nível universitário. Onze campeonatos nacionais, 22 aparições em Final Fours… Não é apenas uma equipa de basquetebol feminino. Seja ou não adepto de desporto, toda a gente sabe que UConn é diferente, é dominante, e o legado do treinador Geno Auriemma vai durar para sempre”, refere Rachel Galligan, que esteve em Matosinhos em várias ocasiões para assistir a campeonatos da europa jovens organizados pela FPB e até já conhecia a antiga base do União Sportiva: “Já a observava e acompanhava a sua progressão desde que a Inês tinha 15 anos, considerava-a uma boa jogadora, e achei que fazia sentido quando se comprometeu a jogar por uma universidade de Junior College. Ia desenvolver-se, tornar-se melhor jogadora e era uma história interessante de seguir”.

O recrutamento relâmpago por UConn apanhou todos de surpresa, até a própria Rachel Galligan.”UConn tem procurado cada vez mais jogadoras internacionais. O estilo de jogo europeu é muito apelativo para o coach Geno. Há coisas que não se encontram aqui, nos EUA, como o nível de ‘skill’ e a capacidade de tomada de decisão relacionada com o relógio de 24 segundos. Na altura em que UConn recrutou a Inês, eu pensei que era para a próxima época, porque o recrutamento foi feito muito tarde para aquilo que é habitual. Foi bizarro e pouco usual”, diz.

Para já, e aproveitando também a onda de lesões na equipa de UConn, Bettencourt já participou em oito partidas oficiais da época 2022-23 de UConn, incluindo um jogo em que foi titular e jogou 29 minutos, contra Maryland. Galligan elogia a forma como a base portuguesa tem lidado com a pressão de jogar na mais importante universidade norte-americana: “A Inês foi verdadeiramente atirada ao fogo. É normal que ela esteja nervosa, que cometa alguns turnovers. Estava a jogar em Portugal e, agora, está a jogar contra as melhores jogadoras de 23 e 24 anos dos EUA. Tenho que lhe dar crédito, porque não há muita gente que conseguisse fazer o que ela está a fazer”, sublinha a analista, que destaca a evolução meteórica de Inês.

“É uma história inacreditável, quase um conto de fadas. Está rodeada das melhores jogadoras e daquele que é um dos melhores treinadores de todos os tempos nos EUA. Como caloira, está a dar passinhos de bebé todos os dias. Se a Inês se mantiver em Connecticut por três ou quatro anos, esta pode ser uma das histórias mais incríveis de uma jogadora de UConn. É normal que esteja nervosa, que cometa alguns turnovers. Estava a jogar em Portugal e, agora, está a jogar contra as melhores jogadoras dos EUA de 23 e 24 anos. Tenho que lhe dar crédito, porque não há muita gente que conseguisse fazer o que ela está a fazer”, garante.

Para Galligan, o recrutamento de uma atleta portuguesa por UConn pode ajudar a chamar ainda mais a atenção dos treinadores da NCAA para o basquetebol luso. “Muitos dos treinadores que conheço já têm uma ideia do valor do basquetebol português. O potencial é evidente e tem-se visto nos recentes europeus realizados em Portugal, como nas sub16 em 2022. Ter uma jogadora em UConn vai chamar a atenção dos treinadores que nunca tinham pensado em Portugal. Se há uma portuguesa em UConn, que outras jogadoras portuguesas haverá?”, termina.

Fonte: https://www.fpb.pt

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