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São Jorge – Atlântida reencontrada

São Jorge: a Atlântida reencontrada nos Açores

Depois desta viagem, o ator Ricardo Trêpa passou a tratar por tu a fajã mais mágica dos Açores. Entre surfadas, passeatas e comezainas, descobrimos o essencial de São Jorge, a ilha que é o coração de um dos arquipélagos mais fabulosos do planeta.

Peter Café Sport: ponto de partida

É com um copo de gin tónico na mão e com os ouvidos ocupados a tentar decifrar os mil e um idiomas que enchem a sala que começa esta viagem. Esta e tantas outras, ou não estivéssemos no Peter Café Sport, que, mais do que um café, é uma sala de visitas de velejadores que aqui chegam, e que daqui partem, de, e para, todo o mundo.

Com José Henrique, neto do fundador e atual proprietário do Peter, subimos ao primeiro andar do café, onde está o mais importante museu do mundo dedicado à arte do scrimshaw. “O ofício”, avança José Henrique, “consiste em gravar a tinta da china o marfim dos dentes e mandíbulas de cachalote”.

Outra preciosidade é a fotografia “Neptuno na Horta”, captada durante a tempestade do século nos Açores em 1986. A rebentação das ondas contra o Monte da Guia formou a imagem perfeita do deus dos mares.

Rumo a São Jorge

Com histórias para encher um livro, mas sem tempo a perder, subimos a bordo do catamaran Expresso do Triângulo e deixamos o Faial para rumar a outro vértice do grupo central: a ilha de São Jorge.

O dragão gentil

Raul Brandão, em As Ilhas Desconhecidas, apelidou São Jorge de “ilha do dragão”, por ser esguia e surgir como um grande bicho à tona de água. Joana Âmbar, da Quinta de São Pedro, recorda-nos que aqui “num só dia se encontram as quatro estações do ano”.

Com o mapa na mão, indica-nos paragens obrigatórias: a fajã de Santo Cristo, o Pico da Esperança, as piscinas de João Dias, a igreja de Santa Bárbara, a vila do Topo e a Ponta dos Rosais.

Entre trilhos, piscinas naturais e boa gastronomia, a viagem segue no restaurante Fornos de Lava, com cataplana de cherne e lapas, acompanhados pelo vinho do Pico.

Caixa de surpresas: Ponta dos Rosais

Chegar à Ponta dos Rosais é como entrar noutro mundo: farol desativado, vila abandonada, faias e incenseiros a perder de vista. Ricardo Trêpa associa este cenário ao papel que interpretou em O Gebo e a Sombra, de Manoel de Oliveira, baseado em Raul Brandão.

No regresso, o miradouro das Sete Fontes e o parque florestal encantado fazem as delícias de quem acredita em duendes. Depois, a estrada leva-nos à Fajã do Ouvidor, símbolo da geologia viva da ilha.

Mais do que perfeito: Fajã de Santo Cristo

A descida até à Fajã de Santo Cristo é uma experiência única: cascatas, ribeiras, lagoa cristalina, surf de nível mundial e uma reserva natural onde crescem amêijoas únicas nos Açores.

Pedro e Vítor, da UrzelinaTur, acompanham-nos e mostram como a fajã foi abandonada após o terramoto de 1980, mas voltou a renascer com surfistas, andarilhos e peregrinos.

Despedida com sabor a regresso

Da serra do Topo à Fajã dos Cubres, a viagem termina com pôr do sol e sabores locais: amêijoas da lagoa, morcela caseira, peixe fresco e queijo de São Jorge. De volta ao Faial, fica a promessa de regressar — porque “é preciso uma vida inteira para conhecer os Açores”.

Fonte: upmagazine-tap.com

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